É sempre
melhor interagir com alguém que conhecemos pelo menos um pouco não? De onde
veio, classe social, como cresceu, interesses, tudo isso nos ajuda a entender
melhor nosso interlocutor e interagir de forma mais empática.
Olá todos,
eu sou o Punk de Gravata e é um prazer conhece-los!
Sou
Nordestino 25-30 anos, de uma cidade realmente de interior, mas vivo fora da
minha cidade Natal e do Brasil a tempo suficiente para começar a me sentir
deslocado quando volto para visitar a família. Deixei minha cidade natal antes
dos 18 anos para fazer engenharia na “cidade grande”. Durante meus cinco anos
de engenharia eu conheci o primeiro grupo de amigos que eu me sentia
identificado, uma vida fora da mentalidade do interior e minha companheira. Foi
uma fase fundamental da minha vida que culminou na oportunidade de deixar o
país logo apos o recebimento do diploma. Hoje vivo na França, e trabalho para
uma multinacional atualmente líder do seu ramo.
Apesar de
hoje estar em uma posição boa comparada a muitos que conviveram comigo, não me
sinto dessa maneira. É reclamar de barriga cheia? Talvez, mas nem só de pão
vive o homem. Não acredito que o velho pensamento do “tem alguém pior” deva ser
usado para justificar mediocridade na vida ou desqualificar os problemas de
alguém, e também acho que um tem que reconhecer e agradecer pelo que conseguiu.
Sou de acordo que quem acorda 5 da manha para cortar cana durante 12 horas por
30 reais o dia tem direito de reclamar. Também entendo o médico que trabalha a
mesma jornada sentado no arcondicionado por 3000 o dia reclamar por suas
condições de trabalho.
O nome Punk
de Gravata representa a constante dissonância cognitiva que vivo por ter que
viver em uma sociedade que me revolta pelas sua ignorância e corrupção, e que
ao menos tempo da qual não posso escapar pois não consigo imaginar viver fora
dela. Resultado disso? Um funcionário que chega cedo todo dia, que da seu
máximo a todo custo, que faz o que for necessário para tentar chegar ao topo de
um sistema o qual tudo que ele quer é escapar. Que sempre antes de dormir se
pergunta quando que ele vai alcançar sua alforria (independência financeira) e
se essa libertação não é só mais uma artimanha do sistema para mante-lo preso.
Acho que
essa pequena descrição já falou bastante sobre mim. Vou deixar os posts falarem mais :)
Muito bom, você é ainda mais novo que eu ^^
ResponderExcluirE já tem um grande capital acumulado, parabéns!!